O instituto volta a questionar ausência de outras esferas públicas para o auxilio da preservação do meio ambiente.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) de Sergipe resgatou uma coruja e seu filhote do fosso de uma residência no bairro Santos Dumont. Os dois animais estavam voando, caíram e não conseguiram sair por ser bastante apertado.
As aves foram levadas ao Parque dos Falcões e estão saudáveis. No entanto, o fato retomou uma reclamação que vem sendo recorrente pelo órgão federal: a de carregar, sozinho, a responsabilidade pelo manejo de fauna em vida livre, mesmo a Constituição determinando que União, estados e municípios devem arcar com este tipo de atividade.
Em nível estadual, o Pelotão Ambiental da Polícia Militar (PPAmb) também realizava fiscalizações, buscas e resgates e levava os animais salvos ao Centro de Triagem do Ibama. Com a reforma, o trabalho deixou de ser realizado por não ter, àquele momento, destinação adequada para os animais.
Luciano Bazoni, chefe da divisão técnica do Ibama em Sergipe reclamou de sobrecarga. “O Estado e os municípios precisam cuidar também. Tudo isso demanda recursos. O tempo é de crise, ninguém quer gastar, e o meio-ambiente acaba sofrendo. Nossas competências acabam sendo ‘exclusivas’, mas nós continuamos fazendo porque não vamos deixar os animais morrerem. Queremos alertar a sociedade para essa situação, porque não conseguimos atender as demandas, que são muitas”, desabafou.
Em rápido contato com o Pelotão Ambiental, a comandante informou que a decisão foi tomada pelo Centro de Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) e recomendou que entrássemos em contato com o setor de Relações Públicas da Polícia Militar (PM) e com a assessoria da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Assim fizemos, mas não tivemos nossas ligações atendidas. Procuramos o coronel Willian Vasconcelos, do Ciosp, porém também sem sucesso.
Resgates
O Ibama resgatou também, na cidade de Areia Branca, cerca de 15 pássarinhos, a exemplo das espécies papa-capim e canário da terra. As aves estavam na casa de um homem, que não tinha autorização para criá-los. Bezzoni ressalta que retirar animais de sua natureza ambiental é crime, passível penalização por multas, que podem chegar até R$5 mil por animal, caso pertença à espécie ameaçada de extinção.
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