23.05.2011 - 12:47 Por Lusa
A leishmaniose canina é uma doença frequentemente fatal, cujos sintomas incluem febre, queda do pelo (em especial à volta dos olhos), perda de peso, lesões cutâneas e problemas nas unhas.
Segundo a bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários, Laurentina Pedro, a comercialização desta vacina é um passo “muito importante” na protecção da saúde pública, pois esta é uma zoonose e, por isso, pode ser transmitida aos seres humanos.
“Uma vacina contra uma doença tão grave como a leishmaniose canina evita tratamentos dispendiosos, o sofrimento do animal, dos seus donos e o risco que estes correm de serem infectados”, disse.
Segundo o laboratório que comercializa a vacina, esta foi desenvolvida pela Bio Veto Test (BVT), em conjunto com o Instituto de Pesquisa e o Desenvolvimento (IRD) e as equipas de investigação e desenvolvimento do grupo Virbac.
“Este projecto é baseado numa invenção patenteada da IRD relativa à cultura da leishmania, tendo o IRD concedido uma licença exclusiva à BVT para o mercado veterinário”, prossegue a empresa.
A vacina poderá ser administrada a partir dos seis meses de idade, sendo que o ciclo de vacinação completo consiste em três injecções, com intervalos de três semanas, e proporciona uma defesa interna prolongada contra os sintomas da infecção, segundo informação do laboratório que a comercializa.
A protecção implica ainda uma dose de reforço anual da vacina para manter a imunidade.
A Lusa questionou o laboratório Virbac sobre os custos desta vacina, mas este explicou que não pode, por lei, divulgar esta informação.
Esta comercialização foi possível porque o Comité para os Medicamentos Veterinários (CVMP) da Agência Europeia do Medicamento (EMA) emitiu, a 13 de Janeiro deste ano, um parecer positivo para a vacina.
A 14 de Março, a Comissão Europeia confirmou este parecer ao atribuir ao laboratório Virbac a Autorização de Introdução no Mercado (AIM) europeu para esta vacina.
A vacina será lançada numa primeira fase na Europa do Sul, até ao final do primeiro semestre de 2011, uma implantação que “tem em consideração a prevalência geográfica da doença e o período necessário para a produção em maior escala da vacina”.
A apresentação deste produto em Lisboa será feita terça-feira, perante mais de 700 veterinários