Após custear algumas cadeiras sozinho, hoje ele mantém uma fábrica improvisada que conta com doações de voluntários. Emocionado, ele diz que após fazer a primeira, 'não dava para parar'.
Um servidor público de Goiânia constrói, gratuitamente, cadeiras de rodas para cães que não conseguem andar por alguma deficiência. Segundo André Gondim, a ideia inicial era apenas fazer o equipamento para o animal de uma amiga, mas o projeto cresceu de tal forma que "não dava para parar". A onda de solidariedade se espalhou e depois de custear sozinho várias cadeiras, hoje ele consegue fazê-las graças a ajuda de voluntários.
No mercado, cadeiras de rodas para cachorros são vendidas a partir de R$ 150. André tirava do próprio bolso cerca de R$ 50 para criar a sua própria. No começo, foi um pouco difícil. Porém, após ver muitos vídeos na internet, ele acabou pegando o jeito.
"A medida que eu fui fazendo, eu fui adaptando o melhor jeito, como é que funcionava com cada animalzinho, até chegar no modelo que está hoje que é esse projeto aqui”, conta.
Ele fez a primeira cadeira de rodas para uma amiga. O que era para ser apenas uma peça se transformou em algo bem maior. Tanto que ele decidiu montar uma fábrica improvisada dentro de casa, no quarto que era da filha, já casada.
“A ideia era fazer aquela cadeirinha, só que a emoção de ver aquele animalzinho andando foi tão grande e quando chegou no final do mês eu tinha feito 31. Daí eu entendei que que não dava para parar”, afirma.
Emocionado, ele esbanja modéstia e diz que seu ato é muito pequeno diante da atitude de pessoas que adotam cachorros com algum tipo de deficiência.
"Uma pessoa quer resgata um animal de rua deficiente é um gesto sem tamanho, Acho que o que eu faço é muito pouco perto do trabalho que eles tem”, afirma.
Clientes felizes e agradecidos
Quem recebe as cadeirinhas de rodas para os seus animais mostram um misto de felicidade e emoção. A professora de música Maria Eli de Castro não segurou as lágrimas quando viu seu bichinho podendo andar novamente.
"O trabalho do André é maravilhoso, ele faz muita gente feliz. A gente quando tem um cachorro assim acha que não vai dar conta, que não adianta ter um cachorro assim, é preferível sacrificar. E não é nada disso”, conta.
Como forma de ajudar no projeto, ela doou várias rodinhas que servirão para construiu novas cadeiras e permitir que outros cães também possam caminhar.
Para Fabrícia Sette, presidente da ONG Sete Vidas, que cuida de animais abandonados, o projeto é uma forma de mudar a vida dos bichos.
"Quando ele [cachorro] vê a cadeia é como se as pernas tivessem voltado, ele não tem limites. São as pernas dele de novo”, salienta.
Vários animais deficientes já foram beneficiados pelo projeto (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)
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