A vira-lata Natália, mãe de sete filhotes nascidos dentro de um bueiro, ganhará um lar. Ela e seus cachorrinhos foram resgatados entre quinta-feira (28) e sábado (30) por moradores do município de Vera Cruz, a 428 km de São Paulo. Natália e a única filhote fêmea serão adotadas pela doméstica Carmem Lúcia dos Santos, de 40 anos.

“Bateu assim no meu coração, sabe”, diz Carmem, comovida com a história da cachorra. Para proteger os filhotes do frio, Natália andou cerca de 20 metros dentro de um bueiro e fez um montinho de terra para dar à luz os filhotes em um lugar quente e protegido.

Depois do parto, Natália buscou comida em um restaurante e entrou no bueiro de novo. O dono do restaurante seguiu a cadela e acionou a prefeitura e a polícia para retirar os filhotes. Funcionários da prefeitura conseguiram resgatar dois deles e a cachorra. Outros três tiveram que ser resgatados por duas crianças porque a tubulação era estreita demais para a entrada de um adulto.

No dia seguinte, Natália estava agitada. “Aí ela faltou falar”, conta o comerciante Danilo Kirnew. A insistência da cachorra foi tanta que um dos garotos voltou à tubulação e mais um filhote foi retirado. “A gente vê mãe jogando filho na rua. Ver uma cachorra lutando pelos filhos é de emocionar., é de tirar o fôlego. Eu que sou durão, fiquei emocionado”, confessa Kirnew.

No outro dia, nova surpresa. Um cinegrafista ao filmar o local ouviu o barulho de mais um filhote, que também foi resgatado.

A família está abrigada nos fundos do restaurante de Kirnew e deve ficar lá pelo menos por mais dez dias. “Eles estão com 30 dias. Levei todos no veterinário. O ideal é que fiquem pelo menos 40 dias com a mãe, porque eles são muito pequenos ainda”, conta o comerciante. “Já arrumei dono já pra todos , graças a Deus. Ajudou bastante porque maioria é macho. E a moça que levou a cadelinha, eu fiz questão que ela levasse a cachorra também e ela aceitou.”

Para tentar adotar um dos cachorros, é preciso passar pelo crivo de Kirnew. “Eu tô avaliando o currículo de quem tá levando o cachorro. Tem que ser alguém de confiança. Eles há sofreram demais só de ter crescido ali dentro do bueiro.”