Foto: Instagram/@bradfleet
A imagem capturada durante os incêndios australianos mostra o momento da fuga do marsupial, que ao ficar preso na cerca, e sem ter como escapar, foi consumido pelas chamas
A imagem forte e comovente, flagrada pelo fotógrafo Brad Fleet do jornal The Advertiser, uma publicação que cobre o estado de Adelaide, na Austrália, mostra um canguru filhote que fugia por sua vida, quando ficou preso em uma cerca de arame.
O animal provavelmente não tinha mais para onde correr quando um incêndio feroz atravessou a cidade de Cudlee Creek, nas colinas de Adelaide. O marsupial se viu imobilizado quando as chamas se fecharam ao seu redor.
O pequenino não teve a mínima chance.
Olhar para fotos angustiantes como essa é inquestionavelmente difícil mas, tragicamente, essa é a realidade brutal da crise de incêndios florestais na Austrália. Assim como esse pobre bebê canguru milhares de outros animais pereceram nos incêndios sem precedentes que tomam conta do país.
Especialistas estimam que algumas espécies jamais vão se recuperar dos danos causados pelos incêndios, entre elas os coalas. Calcula-se que meio bilhão de animais morreram no fogo que consome as florestas australianas.
Somente nos incêndios da cidade de Cudlee Creek, no sul da Austrália, 5.790 animais – incluindo bois, vacas, alpacas e animais domésticos – foram mortos.
À medida que o verdadeiro custo da emergência de incêndio começa a se revelar, os números não param de subir e as vítimas de aumentar. Tutores estão tendo que sacrificar muitos animais queimados e feridos pelo fogo que sobreviveram às chamas.
Nos próximos dias, mais animais morrerão de fome e estresse pelo calor enquanto lutam para encontrar comida e abrigo em seu habitat dizimado. Como no caso das raposas-voadoras, espécie endêmica da região que está morrendo de fome em razão da destruição de seu habitat. Especialistas estão chamado o fenômeno de “Evento da Fome”.
Grupos de resgate de animais selvagens dizem que a tarefa é “em grande parte um trabalho de sacrifício de animais” devido ao estado de deterioração em que os sobreviventes são encontrados.
“Eles estão tão gravemente queimados que não há nada melhor que fazer do que acabar com o sofrimento”, disse Megan Davidson, chefe da Wildlife Victoria.
A vida selvagem nativa e os animais de criação e domésticos estão entre as fatalidades, com espécies já ameaçadas de extinção e com maior risco de extinção tendo suas populações gravemente impactadas.
A extensão das mortes nos incêndios, ainda fora de controle, pode nunca ser conhecida.
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