O fiel pastor alemão que se recusava a deixar o lado de seu dono durante mais de uma década, na cidade argentina de Villa Carlos Paz, província de Córdoba, faleceu no mesmo cemitério em que repousam os restos de seu humano, Miguel Guzmán. O velho cão já estava velhinho, 16 anos, uma idade bem avançada para esta raça e já caminhava com dificuldade e tinha perdido parte da visão, mas sempre tinha uma "lambida amiga" para as pessoas que iam visitar seus entes queridos no cemitério. - "Nunca vi uma coisa tão fiel", explicou Marta Clot, responsável pelo floricultura do local, ao lembrar de 'Capitão', que foi encontrado morto no banheiro do cemitério.
O cão foi o presente surpresa que Miguel deu a seu filho Damian em 2005. No entanto, em março do ano seguinte Miguel faleceu e o animal desapareceu de casa, ainda que regressava de vez em quando em busca de comida. Verônica, a esposa de Miguel, achou que ele havia se tornado um cão de rua, pois não havia muro que o mantivesse dentro do quintal.
Depois, desapareceu de forma definitiva e a família pensou que ele tinha morrido ou que fora adotado por outra pessoa, até que em um dia encontraram Capitão no cemitério, velando o túmulo de Miguel.
- "Eu estava preparando um arranjo de flores, quando o vi encolhido. Achei que estava fugindo dos foguetes, mas não. Buscava refúgio. E assim vinha e ia todos dias depois de cheirar a sepultura. Até que um dia ficou", contou a florista sobre a chegada do cão ao cemitério, em 2007.
Segundo contavam os moradores locais, Capitão perambulava pelo local e ao entardecer buscava o túmulo de seu humano para dormir.
- "Ele sempre dormia em cima dele, mas ultimamente quase não subia mais por suas deficiências, estava muito débil, tadinho! Ele só faltava falar, era um doce total", disse Marta.
A intenção, agora, é que, como Capitão passou sua vida no cemitério, tenha ali também seu túmulo ao lado do seu humano para descansar seus restos, ainda que para isso as autoridades locais deverão conceder uma permissão.
;